"De acordo com a Organização Mundial de Saúde, em 31 de agosto de 2020, a COVID-19 tinha infetado um total confirmado de 25 118 689 pessoas em todo o mundo e contribuído para pelo menos 844 312 mortes. É certo que as notícias internacionais e as fontes dos meios de comunicação social transmitiram alguns dos impactos devastadores da COVID-19 em algumas das zonas mais atingidas em diferentes fases, incluindo na China, nos Estados Unidos, no continente europeu, no Brasil e na África do Sul. No entanto, o impacto global da pandemia está menos bem documentado, raramente é apresentado como uma imagem composta e raramente é avaliado em relação às obrigações legais dos Estados, individual e coletivamente, de respeitar, proteger e cumprir o direito à saúde das pessoas sob a sua jurisdição.

Como bem observou o Comité dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais das Nações Unidas, a devastação e o "sofrimento" provocados pela COVID-19 não foram distribuídos de forma igual entre todas as pessoas.2 As estatísticas globais, por muito assustadoras que sejam, não podem revelar os impactos e as experiências individuais das pessoas que morreram de COVID-19 ou das que sofrem as consequências pessoais, sociais, económicas e políticas da pandemia. "